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Dica: A maternidade e o encontro com a própria sombra
- Dra. Camila Lima
- 18 de out. de 2018
- 2 min de leitura

O encontro com uma mulher grávida ou uma mulher com criança pequena, geralmente, nos enche de alegria e de carinho. Felicitamos a gestante, brincamos um pouco com a criança ou tentamos pegar o bebê no colo e, dificilmente, pensamos o que significa esse momento na vida da mulher. Às vezes, ela está sentindo dor, medo, náusea ou desamparo. Outras vezes, pode estar se sentindo julgada, enclausurada ou culpada. Nós temos quase nenhum preparo para lidar com as questões dessas mulheres, para ouvir suas angústias e respeitar suas escolhas.
Ao que parece, as mulheres ficam em segundo plano e os olhares se voltam exclusivamente para o bebê ou para a criança pequena. Acredito que isso acontece por uma questão social de tornar irrelevante as necessidades das mulheres somada à questão humana de não saber como lidar com as sombras que surgem nesse período. A gestação, o parto, o puerpério e os primeiros anos de vida da nova mãe são repletos de aflições de um mundo completamente diferente do mundo que vivemos. As prioridades são outras, o olhar para dentro de si é profundo, os hormônios atingem níveis únicos no corpo humano, o corpo e a mente precisam expandir. As decisões que devem ser tomadas são estranhas: consigo gerar um outro ser? É errado querer ficar só, sem a criança? Posso tomar um cálice de vinho? Será que estou me doando demais ou de menos? Queria tomar um café bem forte, mas a cafeína vai agitar o bebê...

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